quarta-feira, 14 de abril de 2010

Separação, um ato de Amor

Estou a muitos dias parado, em recuperação da cirurgia da semana retrasada. Atividade física ZERO. Creio que meu retorno ao asfalto seja nas próximas semanas, e, creio ainda, em distâncias bem pequenas. Um renascimento, na verdade.

E quem disse que recomeçar é sinônimo de coisa ruim?! Talvez, possa ser uma oportunidade de, além de recomeçar, reavaliar a corrida, os locais de treino, mudar a relação com o esporte, analisar os objetivos, ou seja, tornar o esporte mais prazeroso. E, por que não, parar de correr?

Confesso que nos últimos meses estava treinando com certa sensação ‘desanimentícia’, quase que por obrigação, apesar de ter conseguido meu melhor tempo nos 10 Km. Nem a Runner’s eu esperava todos os meses com aquela empolgação; e quando a Revista era entregue, ficava lá em casa rolando de um lado para o outro.

Nesses dias de ‘encosto previdenciário’ tornei a sentir coisas legais! Vejo as pessoas caminhando, correndo, a temperatura está super agradável, fico imaginando a domingueira de sol bem cedinho! Enfim, parece que estou novamente me apaixonando pela corrida, de forma diferente, mas estou caidindo por ela!

Assim são todos os relacionamentos, tem horas que é preciso romper, alterar o rumo, sair fora, reconciliar, dizer ‘sim’ ou dizer ‘não’, sei lá, qualquer coisa que nos faça sentir vivos outra vez e dispostos a tentar mais uma vez, aqui ou acolá, não importa.

Enxergar as situações simples parece sempre mais complicado, por mais que elas estejam ali, bem na nossa frente; mas no período de afastamento, é moleza concluir que muitas vezes romper é um ato de amor, ainda que pareça o contrário! A corrida agradece e eu também, um ato amorístico bilateral.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Confissões de um Corredor - 3ª Parte


Eu poderia começar escrevendo que 'Confissões de um corredor' é parte de uma história triste de um pobre corredor amador....mas prefiro escrever por outra ótica; prefiro tratar esses problemas saudísticos com comédia. Alias,  há algum tempo eu não tenho sido mais eu; trato o mundo e os seres humanos de uma maneira completamente diferente, mas isso é uma outra história....

Meu problema cuzóide começou início de fevereiro, e desde então tenho tido dias de dor, sensação constante de desconforto... Cagar? Nossa, hora do verdadeiro suplício...a dor de cagar só não superou a das cólicas renais...tive dias de entrar no banheiro rezando...e dias em que saía do banheiro agradecendo a graça divina por ter cagado mole. Enfim, apesar de tudo isso, de todos esses dias de dor, não desanimei; reduzi meus treinos, mas em alguns dias eu estava lá; reclamei apenas da dor física, mas não coloquei a culpa em ninguém; não perdi o senso de humor e em momento algum fiquei me lamentando pelos cantos.

Contudo, após ter sido estuprado pelo Proctogolista, tentei um tratamento com remédios, na esperança de fugir da cirurgia; infelizmente, não deu certo e, na quarta passada (31 de março) o médico agendou a cirurgia para hoje (05 de abril) às 8h00min.

Já na quinta-feira (1º de abril) fiz o exame de sangue e a consulta com o anestesista; fui viajar no feriado de Páscoa para a distante Rio Rufino, sentindo a dor no 'zóio de porco'.

Visando economizar 70km de asfalto, resolvemos cortar caminho pela Serra do Corvo Branco. Saímos de Tubarão às 17h30min e pelas contas chegaríamos na subida da Serra a noite...para quem não conhece, essa Serra é de estrada de chão, estreita, sem nenhuma iluminação, inclinada e sem proteção nenhuma. Pior escolha não poderia ter feito, nunca senti medo de morrer...mas nesse dia eu pensei: 'acho que não terei que fazer cirurgia nenhuma, não será peciso' tamanho era o medo de subir a porra da Serra à noite.

Buracos? Não! Eram crateras no meio da pista...pedras que haviam rolado, e barrancos na metade da pista, mal passava um carro...pior que não dava para parar, perder a força do motor na subida era morte súbita...mas tudo de certo, para-choque do carro um pouco fora do lugar, algumas arranhadas no assoalho do carro e chegamos ao destino por volta das 21h20min.

Sábado fomos no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Bom Retiro; em momento raro de orações, agradeci os amigos, família e emprego; numa das Capelas havia um livro para os visitantes lançarem agradecimentos e fazer pedidos. Apenas repeti minhas oração e acrescentei 'obrigado pela saúde que tenho'.



Um pouquinho depois a Dona Sandra me indagou sobre se eu havia pedido sobre minha cirurgia; eu disse que não, que só agradeci ao que tenho e que não costumo pedir em minhas orações. Seguimos morro acima até ao Monumento do Divino Pai Eterno. Lugar lindo, bem no alto...lá embaixo, da-lhe pomar de maçã! Concorrente da Dona Sandra!

As últimas do Rio Rufino: A colheita de maçã já terminou, tudo estava mais tranquilo desde o feriado de Carnaval. Não se via mais os trabalhadores na fazenda, caminhões carregados de maçãs; o pomar estava pelado, sem frutas, só galhos. Agora só tem maçã de Refugo (vendidas para indústria de sucos, geléias, etc, ou seja, maçãs que não prestam para comer). Maçã, só ano que vem!

Enfim, o feriado foi demais, passeamos, conheci uma menina linda, Stéphanie (que aparece nas fotos ali de cima, sempre a direita), que muito tem me ensinado; passamos juntos todo o feriado. Há mais ou menos um ano ela sofreu um grave acidente de carro; permaneceu em coma, perdeu vários dentes, teve problemas neurológicos, cicatrizes, etc, etc, etc. Hoje ela está se recuperando, mas nunca vi e nem ouvi ela reclamar de nada. É uma estrela!!

A medida que o feriado ia terminando, as minhas dores iam aumentando. Sábado e domingo foram os piores dias desde que esse lance cuzal começou...Cheguei domingo final da tarde em Tubarão, já estava ficando ansioso com a cirurgia, nessas horas muitas coisas me passavam pela mente, como: 'será que eles vão fazer uma lavagem antes da cirurgia?' Confesso que no domingo eu comi poucas coisas, com medo de realmente ter que fazer uma lavagem cuzal...ao que me lembre não foi feito....'em que posição terei que permanecer?'. Bom, não lembro de muitas coisas, pois me colocaram para dormir.

Permaneci na recuperação até o meio da tarde, chegando em casa por volta das 15h30min. A novidade é que a enfermeira me disse que eu estava com um tampão no cu, e que deveria tirar quando chegasse em casa...questionei 'como eu vou tirar esse negócio? Vai doer?' Ela disse que era só puxar e que não iria doer. Acabou? Não!





Mais uma recomendação: 'Depois de você retirar o tampão, você deve usar absorvente por alguns dias'. Puta que pariu! Senti vontade de dizer: 'Moça, eu sou menino, lembra? Não mestruo...' Mas tá, estou aqui escrevendo usando absorvente Intimus Gel... já estive em situação muito pior!





Para finalizar, logo que cheguei em casa, isso depois de comprar os remédios e, sim, os absorventes, fui para o banheiro tirar a porra do tampão. A desgraçada da enfermeira me enrolou, não era um simples tampão, era O TAMPÃO! Gente, mais ou menos uns 15 cm...é isso aí mesmo, eu puxava a merda do tampão e não terminava nunca...creio que eu não tenha mais nenhuma prova cuzal de ser virgem...que merda!!


Aprendizado de um corredor bem humorado:

- JAMAIS se entregue, mesmo quando tudo parece estar uma merda só: e estava mesmo!

- JAMAIS perca uma oportunidade de fazer comédia: é um dos remédios para não se entregar;

- Nada está tão ruim que não possa piorar: Eu poderia ter que usar O.B.....mas estou de absorvente, melhor, não?!

- JAMAIS reclame por coisas tão pequenas como essa que estou enfrentando: o mundo está cheio de 'stéphanies', de pessoas com doenças terminais, sem cura; pessoas com frio e com fome;

- JAMAIS perca a oportunidade de ser uma pessoa melhor e com mais esperança: depois de um dia de chuva sempre apareçe um puta dia de sol!


Essa foto aí de cima não significa o 'V' de vitória, mas a posição em que meu cu foi operado, tipo, posição ginecológica!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Aviso Paroquial

Queridos amigos do mundo corrístico!

Serei breve no Post de hoje, possui apenas caráter de aviso paroquial. Pois bem, segunda-feira cedinho irei para a faca, o que deve me afastar deste microcosmo corrístico por longos 30 dias ou mais, sabe-se lá...E, não, não é uma pegadinha de 1º de abril, quem dera fosse!

Era isso, comecei o ano meio atrapalhado, mas ainda com muita esperança! Voltarei mais forte, mais motivado, e, tomara, sem mais problemas saudísticos. A vida é assim mesmo, mas não posso reclamar de absolutamente nada!

Abraço a todos e até uma bem próxima vez!