quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Primeira Competição (Competição? Fala sério!)

Depois de nove meses correndo, sem medir tempo, só contando os quilômetros, surge a Corrida Rústica Tereza Cristina, que aconteceu dia 27 de setembro de 2.009. Percurso: 4,400km.

De cara eu pensei: ‘Não vou participar’, por dois motivos: 1º porque eu sempre sou pessimista e sempre digo NÃO, antes; 2º porque eu gosto de correr acima de 10 km, e a distância da prova é muito curta; 3º porque haveriam muitos seres humanos no mesmo espaço (ué, não eram só dois motivos?). Tá eram três.

Aí veio a torcida dizendo ‘tem que correr’, ‘aproveita’ ‘tu não vai para ganhar só para participar’. Enfim, deixei para fazer a inscrição um dia antes, no sábado, antes de rumar para Maracajá fazer uma vistoria com minha esposa, a Keli.

Um dia antes da corrida, à noite: Fui dormir tranqüilo, sem me preocupar muito com a corrida. Na madruga, acordei sentindo dores no joelho e coxa esquerda. Pensei: ‘Não vai dar’. Enfim, no dia da corrida, acordei mais cedo e logo passei um antiinflamatório e tomei um relaxante muscular.

Comecei tudo errado no dia da corrida; fui mais cedo pegar meu Kit (camiseta ridícula e número) e voltei para casa. Antes de ir pegar o Kit, já tinha dado aquela cagada; faltando 30 min para o início estava eu em casa aloprando a Keli: ‘mor, eu preciso usar essa camiseta ridícula? Mor eu preciso cagar!’. Lá fui eu mais uma vez visitar o WC. Aproveitei para ler uma reportagem na Runner’s que fornecia dicas para o iniciante que faria sua primeira corrida: A Revista escreveu para MIM, certeza!!!

A dica era: largue com a galera do fundão, assim você não se deixa influenciar pelos que estão na frente e não quebra no primeiro quilômetro. Tudo bem, entendi.

Pois bem, faltavam 20 min para a largada, peguei o carro e me mandei, chovia pra caramba. Estacionei o carro pertinho, em frente a Casas Fretta e comecei um aquecimento solitário, corria até o EJB e voltava. Quando olho para linha de largada, vejo que a prova iria começar, e eu estava uns 500mt. Caramba, eu quase perdi a largada!

Bom, cheguei a tempo e me posicionei com a turma do ‘fundão’; encontrei minha colega Vanessa, da época do Dehon, conversamos sobre a corrida, ‘que legal você aqui’, ‘sorte essa chuva’, essas coisas.

Um pouquinho ao lado estava o Jackson, que ainda me deu uma malhada do tipo ‘sai na frente que eu te espero na chegada’; o clima era muito legal e eu estava tranqüilo. As pessoas à volta estavam rindo, brincando, apesar da chuva que às vezes era muito forte.

É eu estava tranqüilo....até a hora que foi autorizada a largada. Ah! Ia esquecendo, teve um cidadão que ‘queimou’ a largada, e tivemos que repetir, sem noção.

Pois bem, lá fui eu, no pelotão dos fundos, altas chuva na cabeça, eu de óculos, imaginem, visão perfeita! Nessa hora a ansiedade tomou conta e, confesso, só consegui controlar a respiração na metade da prova, o que foi um sofrimento do ponto de vista do rendimento.

Eu estava me divertindo, eu acho que até ria sozinho às vezes, porque me lembrei nas minhas corridinhas do SESC, onde eu e meu super amigo Dedé participávamos. Foi uma nostalgia, a única diferença que naquela época eu sempre estava no pelotão da frente, e agora, bom, eu disputava para não chegar em último, essa era a minha meta! Super meta!

Essa nostalgia, que me lembrou meu amigão Dedé, me deu uma força extra. Também tinha algo de sobrenatural me dando um gás, não sei dizer o que era, mas parece que funcionou e vos comprovo: Na sexta, antes da prova (a prova foi domingo) eu fiz o percurso em 21 min; a prova eu fiz em 19 min. Meros 2 min? Não! Imaginem que na Fórmula 1 milésimos de segundo separam o primeiro do 10º colocado. 2 min é bastante neste caso.

Depois de percorridos quase toda a distância, na reta final (Banco do Brasil até o BESC – agora é a mesma coisa, Banco do Brasil sucessor do BESC!) eu vejo quem? Quem? Raimundo Nonato? Não!!! O Jackson, aquele conhecido que me deu um malho na largada! Minha meta mudou! Não queria mais ser o penúltimo, eu queria chegar à frente de Jackson!

Então, fiz o famoso Sprint Final e passei uns parceirinhos e o amigo Jackson! Apenas para registrar: O amigo Jackson tem uns dois metros de altura, logo, uma super passada! Antes de cruzar a linda de chegada, ouvi duas doidas berrando meu nome “Felipe” “Mano”, olhei com meus óculos nada encharcados e vi que eram minha esposa, Keli, e minha irmã, Fabiola, me empurrando nos metros finais!

Final da história: prevaleceu o clima amistoso entre os participantes e muitos, assim como eu, estavam lá, debaixo de muita chuva, para competir consigo mesmo! Superar os seus próprios limites e ter história para contar em casa mais tarde! Sair de casa num domingo de chuva para correr é porque só pode ser muito bom e fazer um bem danado!

Na categoria fiquei em 8º Lugar; o Jackson em 9º. Na geral eu fiquei em 74 num total de 146.

Outras provas acorreram e estarei nelas, com certeza, porque eu adorei. E na próxima, espero usar a prometida camiseta da Larroyd & Cardozo Advogados. E espero encontrar um Jackson, lembrar do meu amigo Dedé, e a força extra me contagiar.

Abraços e obrigado aos que lerem!

5 comentários:

  1. Tá inspirado, hein?! Escrevendo aqui todos os dias. Os processos, pelo visto, já eram! kkkkk
    Algo sobrenatural?? Tira um "preto velho" nesse corpo??? huahuahua
    Eu até lembrei das minhas competições de natação.... eia nostalgia!
    Yse

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  2. Mto inspirado mesmo né Yse.Confessa que o fator que te levou a terminar a corrida,foi o impulso da Keli e da Bila né,aushuahusuhas.

    Bruna...

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  3. Oh meu gordinho... que já ta fininho de tanto correr! Vou junto na São Silvestre!Olhar né, pq correr tu sabe que não corro nem de ladrão! ehhehe
    Bjs

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  4. Meu caro, parabéns pelo empenho.
    No entanto, corresse dopado. A frase "no dia da corrida, acordei mais cedo e logo passei um antiinflamatório e tomei um relaxante muscular" comprova a fraude.
    Brincadeira à parte espero que não pares mais... literalmente.
    Abraço

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  5. Oi Felipe, obrigada por ter respondido e visitado o meu blog.
    Adorei o teu relato e pra variar dei muitas risadas.
    Bjos,
    Daniela
    www.correndoemagrecendo.blogspot.com

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