Pra Baixo todo santo ajuda?

Já que este Blog serve mais para divulgar que corrida e alimentação gostosa (doces, frituras, refrigerantes e similares!) combinam, hoje eu vou desconstruir um provérbio popular, o famoso ‘para baixo todo Santo ajuda’.

Ontem (20.01) participei da minha segunda corrida, na cidade de Lauro Muller. A prova estava marcada para as 16h00min em frente ao Posto da Polícia Rodoviária de Guatá (distrito bem no pé da Serra do Rio do Rastro). A organização da prova foi muito legal, disponibilizando, inclusive, um ‘buzão’ para levar os atletas do centro da cidade, onde era a chegada, até o local da largada (distrito de Guatá), evitando que os corredores tivessem que voltar depois para buscar seus automóveis.

Eu comecei bem já! Tubarão fica há quase 74Km de Lauro Muller, saí atrasado e acabei perdendo a carona no ‘buzão’ que me levaria até o local da Largada. Resumindo: tive que ir de carro até Guatá e deixar o carro lá.

Creio que por causa da super chuva não havia muitos corredores. A foto aí embaixo comprova que São Pedro voltou do recesso de fim de ano, e mandou ver! Bom, a única coisa que não gostei na organização da prova é que os atletas foram separados por ‘Corredores do Município’ e ‘Corredores de Fora’. Em razão disso, minha categoria era única, não havendo separação por idade e coisa e tal.

Primeiro Ponto de Hidratação

Para melhorar minhas chances de subir ao lugar mais alto do pódio, haviam corredores que considero profissionais, que inclusive recebem patrocínio de seus respectivos municípios (haviam carros da Administração de outros municípios que os levaram até Lauro Muller).

O Buzão que eu Perdi....

Mas, tudo bem, eu estava lá para me divertir! Autorizada a largada, chuva torrencial, Metallica no máximo! Nos 100 metros seguintes eu já era o último colocado! Atrás de mim? Bem, só o carro da Polícia Rodoviária! Na hora eu lembrei dos ensinamentos do recordista mundial de maratona, o etíope Haile Gebreselassie: ‘eu deveria fazer a minha corrida e esquecer os outros atletas; tentar fazer a prova no meu ritmo e de acordo com meus treininhos’.

Eu Fingindo estar aquecendo...

Eu 'perdido', olhando desconfiado para os seres Humanos...

Chuvinha básica, ponto de hidratação para que?!!!

Vencidos os 600 primeiros metros, o primeiro SUPER morro aparece, imponente! Caraca... era um paredão de uns 150 metros! Eu ainda era o último, mas fui seguindo... não vou narrar todo o percurso, mas confesso que sofri bastante, já que a ‘pista’ era 95% de subidas e descidas. As poucas retas, na verdade, eram uma fraude, porque estavam disfarçadas de subidinhas ou descidinhas. Aliás, a pior descida tinha 1,5 Km, inclinada e com muitas curvas, daquelas que um carro 1.0 sobe mal e porcamente em 2ª marcha!

Aqui que vou desconstruir o dito popular: ‘para baixo todo santo ajuda’. Ajuda coisa nenhuma! Essa descida de 1,5 km quase me quebrou os quadris! Lembrei das inúmeras reportagens da Revista Runner’s de que as descidas são tão traiçoeiras quanto as subidas. A sensação ao final era de que eu tinha submetido os meus quadris ao ‘martelinho de ouro’!

Além disso, considerando a mega chuva, ‘minhas rodas’ ficaram completamente cheias d’água; ali eu percebi que não valia a pena investir R$ 400 num tênis, pois eu sentia que estava correndo de Kichute ou Conga, não sei o que era pior... Mas não posso reclamar, haviam crianças correndo descalças, que inclusive foram ao Pódio! Louvável!

Considerando tudo isso, eu lembro que consegui ultrapassar apenas dois atletas que eram da mesma categoria que eu, ou seja, eu cheguei em antepenúltimo lugar! Mas, mesmo assim, eu adorei a corrida. Não foi igual a primeira que participei, pois eu estava sozinho e não havia ninguém de conhecido, então cheguei mudo e voltei calado. Perfeito!

Eu Chegando, aos Trancos e Barrancos!!!

Acabou? Que nada! Lembram que eu disse lá em cima que eu perdi o ‘buzão’ que me levaria até o distrito de Guatá? Então, o carro havia ficado lá... e esse ‘lá’ significam 6,5 km de mais subidas íngremes, descidas e muita chuva! Começava a minha segunda prova ...voltar a pé até onde foi a Largada e pegar o carro...

Enfim, valeu a pena participar, a próxima corrida será em março! A volta de carro também foi triste, frio, muita chuva, fome, longos 74 km....